A chave para a continuidade da riqueza de uma empresa familiar, preservando tanto as relações quanto os bens, reside em garantir que as estruturas estejam alinhadas às esperanças, aos desejos e às capacidades dos seus membros.
Conservar os relacionamentos entre gerações deve começar com um sonho – o de preservação da abundância e do envolvimento dos integrantes. Mas esse sonho não pode ser somente uma fantasia, isto é, precisa estar enraizado na realidade, pois as famílias são alicerçadas sobre o cuidado e o afeto e as empresas dizem respeito a dinheiro e a poder. Ou seja, as organizações necessitam de uma fórmula voltada a uma parceria bem-sucedida entre os dois pilares.
Infelizmente, grande parte das companhias com esse perfil, em todo o mundo, não descobriu como balancear os elementos, muitas vezes conflitantes, mas pontos-chave à harmonia e ao sucesso do empreendimento. O processo de Planejamento Estratégico da Família é próprio para aprimorar e alinhar o pensamento de sistemas familiares e empresariais. As organizações são frequentemente vistas como disfuncionais, propensas a nepotismo e a conflitos. E em muitos casos, esse modelo de negócio é retratado como ultrapassado ou problemático. No entanto, pesquisas recentes mostraram que essas empresas superam as outras em dimensões como o preço das ações, retorno sobre o patrimônio líquido e longevidade.
Como se explica a disparidade? O projeto familiar pode ser de fato o melhor e o pior: melhor porque conta com alguns pontos fortes (visão de longo prazo, valores fortes, donos comprometidos); e pior por ser mais complexo, exigir maior atenção e melhor planejamento e governança – o que nem sempre recebe.
O modelo de Planejamento Estratégico da Família facilita a comunicação sobre o potencial do negócio. Embora os princípios e os benefícios de um plano sejam bem reconhecidos, a ideia de uma estratégia é bem menos compreendida. Normalmente, as empresas têm estratégias sólidas, mas o planejamento destinado à família é negligenciado ou conduzido por conflitos. Na verdade, na nossa experiência, muitas delas não apreciam o valor do planejamento ou têm medo dos “campos minados emocionais”, os quais tal procedimento pode expor.
A falta de planejamento é uma séria ameaça para sustentar o compromisso das pessoas. A responsabilidade do fundador-empreendedor a todos os aspectos naturalmente diminui em cada geração subsequente, à medida que a família se expande e ocorre uma separação entre os papéis de gestão e os de propriedade. É previsível, mas muitas vezes surpreendente à segunda ou à terceira geração, que devem enfrentar um novo conjunto de desafios: como partilhar a propriedade com um número crescente de membros; como decidir quem vai liderar o empreendimento; e quais são os direitos e as responsabilidades.
Se a família não planejou nem tomou decisões em conjunto, cada problema pessoal ou empresarial tem o potencial de se tornar um conflito maior. Por outro lado, se existirem acordos e planos claros sobre os investimentos, por exemplo, então o procedimento e a consistência – e não as personalidades e o poder – tornam-se os motores das interações familiares.
Luis Lobão é professor e palestrante internacional da HSM Educação Executiva. É especialista em estratégia empresarial, crescimento e governança de empresas familiares
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